Guilherme Silva, eleito pelo círculo eleitoral da Madeira, comentava na Assembleia da República o acordo para a prestação de assistência financeira à região, hoje apresentado pelo presidente madeirense, Alberto João Jardim, em conferência de imprensa..Para o deputado social-democrata, "fica claro que são os madeirenses" que vão "assumir" e "amortizar" a dívida pública da região e que a "austeridade é para todos".."Fica desmistificada a ideia de que os madeirenses vivem à custa do continente na medida em que há uma solidariedade da República através de um empréstimo mas são os madeirenses que vão integralmente assumir e pagar essa ajuda que agora vão receber", sublinhou Guilherme Silva.."É aquilo que sempre dissemos: igualdade de benefícios e igualdade de sacrifícios", acrescentou..Para o deputado, fica ainda "claro perante o país que a Madeira não vai perturbar" o "esforço coletivo" que todos os portugueses estão a fazer para que o país "ganhe credibilidade no exterior" e retome "um rumo novo": "Somos parte importante desse contributo", sublinhou Guilherme Silva.."Quando as coisas acabam com esta convergência - e era convergência que se exigia porque o interesse nacional assim o impunha - tínhamos de ter agora o regozijo de ter encontrado esse ponto e de chegar a um plano que é austero, que é de exigência e de rigor, mas que é também de recíproca solidariedade", disse ainda o deputado..Guilherme Silva elogiou ainda Alberto João Jardim por ter assumido "que se vergou" pelo "interesse coletivo".."Quando se tem um sentido do interesse público e nacional bastante identificado no exercício de funções públicas, [os responsáveis políticos] têm muitas vezes de se vergar, de assumir situações menos boas", mas "quando isso é pelo interesse coletivo vale a pena e valeu a pena o dr. Alberto João Jardim assumir que se vergou e porquê: porque seria desastroso para a Madeira e para pais uma situação de bancarrota [da região]", disse o deputado..Guilherme Silva afirmou ainda que o valor da assistência financeira à Madeira resultou de um estudo "devidamente ponderado quanto às necessidades da região e às possibilidades da República". .Segundo o deputado, as necessidades financeiras da Região são "bem superiores", mas sublinhou que as fontes de receita da Madeira não se resumem "ao empréstimo"..A Região Autónoma da Madeira irá receber 1.500 milhões de euros de financiamento através do seu plano de ajustamento da parte do Estado, tendo 25 anos para pagar o empréstimo e uma taxa de juro igual à da 'troika'..De acordo com o discurso do presidente do Governo Regional da Madeira, o empréstimo vence em 2031, mas a Madeira só tem de começar a amortizar capital daqui a quatro anos, ficando assim com 25 anos para pagar o empréstimo..A taxa de juro cobrada à Madeira por este empréstimo será igual à cobrada pela 'troika' no dinheiro emprestado a Portugal, no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira.